Ao olhar o horizonte de luzes, pela janela, molhada da chuva, vieram-me duas palavras ao pensamento: dúvida e responsabilidade. E não é a dúvida, palavra de seis silabas, não é o acento no u, não é a composição da palavra, nem sequer a posição dela numa frase. É a palavra de seis sílabas, com acento no u, com o d em primeiro lugar, o u com o tal acento, seguido do v e logo atrás o i. Segue-se de novo o d, seguido do a. Não! É mais do que isso. E mesmo que a palavra composta se inclua, com vontade própria, numa frase, ela ainda é mais do que isso. Ela é a força e a fraqueza em cada um de nós. Ela é vida, ela é desequilíbrio no equilíbrio, é um vôo rasante, um milésimo de segundo, um triz. E se tiver a sorte ou o azar de ser incluída numa frase, e mais do que incluída numa frase qualquer, estabelecer nessa frase uma relação com a palavra responsabilidade? Seja qual for o cariz. Vamos imaginar, cariz sexual. Gostamos sempre de falar de sexo. Vamos imaginar a dita relação na...