Uma Carta de Amor

São cartas de amor. 
E percebo que podem ser cartas de amor. 
Quando ele compreendia 
Quando ele me oferecia aquilo que eu precisava.
Que não era um todo ou um todo que era nada.
E é isto que amo,
E por isso escrevo estas linhas.

Porque são cartas de amor.

Que mais não são do que o branco entre as linhas.
As entrelinhas, o cinzento que
Nem branco nem preto
É só diferente. 
O que é? Certo, que não sei ainda...
É só diferente.
Por isso, tu és tão diferente
E por isso me apaixonei.

É uma carta de amor!

E foi agora
Neste preciso momento.
Este instante,
Que foi agora!
Neste exacto momento...
Em que o senti.

É uma carta de amor!

Esse teu jeito de dar
Que não é o tudo ou o nada.
Mas com o que tens dentro,
Que dentro de ti, é meu.
E sentindo que estás...
Que bom!

É uma carta de amor!

E querido, talvez assim
Também possa estar
Não com aquilo que tens
Para me dar,
Mas com aquilo que és
Sem seres aquilo tudo ou aquilo nada.

É uma carta de amor...

E digo-te amor, que seres aquilo
Que eu não sei, que não conheço,
E nunca vi.
E repito amor, que seres aquilo
Que eu não sei, mas que cá dentro,
Bem aqui dentro, te sinto
É o desatino que desaparece.

E é uma carta para ti, amor.

E não é o preto ou o branco
A morte ou o suicídio.

É uma simples carta de amor para ti.

E por isso te digo, amor,
Que seres aquilo que és
Que eu não sei, mas procuro;
Que seres aquilo que
Gosto ou não gosto
É uma simples questão de apetite e paladar.

E por isso esta é a minha carta de amor para ti, meu amor

E por isso te digo, amor
Estou apaixonada por ti!
Porque és! Porque és! 
Porque és não aquilo que tenho
Nem aquilo que preciso de ter,
Mas unicamente aquilo que tu és!
Aquilo que sinto e não
Aquilo que deixei de ter.
E por isso te digo, amor: 

Esta é a minha carta de amor, para ti, amor. 

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