Um só

Um corpo abraçado
Por um toque que deseja
Um medo desmanchado
Pela cobiça d'uma cama

E no abraço que os une

Pele e alma se reúnem
Num só corpo, oportuno
Abraço que enlaça um só mundo

E o todo que germina num só

Aconchegado em flanela
Deita as lágrimas, finalmente
Do desejado que não tivera.

Num caminho  interminável

Feito de pedras e betão
Interrompe com a sua mão
E abraça o Desejo

Caminham lado a lado

No cair dessas pedras
Pesadas, incomportáveis
E por isso não a carrega

E o corpo, num instante

Leve, livre e cansado
Permite-se repousar
Nesse abraço interminável.




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