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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

Tango

Agarro-me às palavras Como as letras se desejam Num conjunto quase inato Recalcado na natureza. E elas brotam como flores Rosas, margaridas Sem adubos ou aditivos, São simples arritmias. Promovem sonhos Na noite e no dia, Vivem e sentem Tal alma descabida. Letras e palavras Dançam nestas linhas Como um tango desenfreado Que assombra e arrepia, Como a pele que se cobre De penugem em sobressalto Uma alma que renasce Num corpo apagado E unem-se no tango, Numa valsa sempre a dois Como dois amantes na cama Um orgasmo para os dois.

Uma Carta de Amor

S ão cartas de amor .   E percebo que podem ser cartas de amor.   Qu ando ele compreendia  Quando ele me oferecia aquilo que eu precisava. Que não era um todo ou um todo que era nada. E é isto que amo, E por isso escrevo estas linhas. Porque são cartas de amor. Que mais não são do que o branco entre as linhas. As entrelinhas, o cinzento que Nem branco nem preto É só diferente .   O que é? Certo, que não sei ainda... É só diferente. Por isso, tu és tão diferente E por isso me apaixonei. É uma carta de amor! E foi agora Neste preciso momento. Este instante, Que foi agora! Neste exacto momento... Em que o senti. É uma carta de amor! Esse teu jeito de dar Que não é o tudo ou o nada. Mas com o que tens dentro, Que dentro de ti, é meu. E sentindo que estás... Que bom! É uma carta de amor! E querido, talvez assim Também possa estar Não com aquilo que tens Para me dar, Mas com aquilo que és Sem seres aquilo tudo ou aquilo nada. ...

Rasgar

Rasgas o céu em desatino E procuras no caminho Atingir o impossível A procura d'um destino E impões-te que nem flôr Em plena Primavera Quando no fundo desejas apenas Uma alma sincera E sonhas cada vez mais Com o desconhecido e incerto Como se o céu fosse o inferno E o inferno dito certo.

Caminhada

No silêncio, Um caminho Dois caminhos Um pouco mais Na dúvida, Incertezas Questões Se levantam mais No caminho  Do silêncio Da dúvida Encontrada Chego sempre a um pouco menos Para alcançar um pouco mais.

O sal na tua cara

Entrei dentro de mim Na procura das tuas lágrimas E a dôr que senti Era o sal na tua cara Procurei com as minhas mãos Agarrar a tua água Como o trabalho da formiga Agarrámos a tua mágoa Menino-rapaz de olhos tristes Sorriso distante e comprometido Permites-me entrar na tua casa E vestir o teu vestido E assim passeamos de mãos dadas Na procura de um caminho Desejado, inspirado Pela auto-estrada do carinho E procuramos nos teus olhos A felicidade de outrora Para que na estrada insinuosa Novos caminhos se desdobrem

O beijo d'uma flôr

Olho nos teus olhos, deslumbrados Pela maravilha da imaginação O teu sorriso escancarado Pelo amor no coração E a lágrima no canto do teu olho Feita de alegria e satisfação É como o beijo de uma flôr Num dia de Verão

No portão verde

Num abraço de esperança, Um castelo construído. Portas abertas na herança De um coração preenchido. Rumo à dúvida e incerteza Satisfaz o desejo De nos olhos de pequena Alcançar o copo cheio. Taquicárdia compulsiva Pela esperança renascida, No esplendor de uma vida, Uma simples tentativa. Vislumbrado ao longe Um castelo atordoado, Fechado que nem monge Num mosteiro abandonado. Bate ao portão verde, deslumbrada Pelo amanhecer de um novo dia Esperança redobrada Numa alma renascida. Mas as portas encerradas Do castelo atordoado São como tempestades inesperadas Num ilhéu abandonado. Rumo diferente, mas em frente Como um passo seguro, De um passeio pela mente De uma ilha com futuro.