A idade como virtude
De facto há alturas da nossa vida em que nos deparamos com a satisfação de podermos ter amigos cheios de algo para nos oferecer. De há um ano e meio para cá, tenho-me tornado cada vez mais amiga do meu mais "velho" amigo. Velho pela idade, cota pela aprendizagem que possui. Tem 81 anos e todas as minhas conversas com ele reflectem-se em qualquer aprendizagem. Falar com ele, partilhar com ele, e muitas vezes, simplesmente ouvi-lo, faz-me bem à alma e ao coração. É como o despertar para uma realidade que eu não conheço. Mostra-me o lado mau e o lado bom das coisas, dos acontecimentos, dos sentimentos. De tudo um pouco. Depois de lhe ter expressado a minha tristeza pelos últimos acontecimentos, dou por mim a ouvir da sua boca, a seguinte sabedoria: " Quanto mais tempo duramos, mais coisas más passamos. Se tivéssemos morrido mais cedo, não passaríamos por elas, de facto. Mas também não passaríamos por todas as coisas boas que passámos durante todos estes anos". De facto, é simples. É tão simples quanto isso. Não é nada que não soubesse, mas ouvir isto, em momentos destes, é tudo o que nós precisamos. É um prazer ter um amigo destes. Obrigada, Cotinha pela amizade.
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