Neve num abraço
À janela saboreávamos O que a vida nos trazia Neve branca e tranquila Num frio que não sentíamos Porque abraçados e unidos Os nossos corpos aqueciam Mantendo um prazer conjunto Na visão que enaltecíamos Como se a neve não parasse Continuámos abraçados Na esperança ilusória De que a fantasia não se quebrasse Na noite fria que agora se deita Sinto a neve cair Lá fora...à espreita... E como no dia em que a vimos Abraçados num começo Aceno-lhe agora Num adeus de recomeço E do outro lado da rua Num jeito que é só teu Vejo-te olhar e sorrir Usando o teu corpo num adeus E assim os corpos que usámos No começo do que era nosso Também agora se despedem No adeus que é só nosso E as mãos que então amaram E a mesma música tocaram Tocam agora a neve que vimos Naquele dia abraçados