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Miss Sisty, o Sushi e a Patrícia

Depois de um dia rotulado de normal, eis-me deparada com a auto-confiança e falta de vergonha de uma amiga muito recente e, paralelamente, de anos a fio. Entra na Miss Sisty "à cara podre". Quer o sushi e a caipirosca. A roupa que se lixe! 150 euros por um vestido?! 300 o casaco mais bonito da loja?! Não, isso de facto é para esquecer. Os financeiramente pobres não têm direito à compra, simplesmente ao desejo. Não é importante! O que interessa mesmo é o sushi e uma bela de uma caipiroska "à pala". Tons cor de fogo contrastam com o preto profundo. Uma luz que cai sobre nós como que a fazer sobressair a minha vergonha e a sua lata. Ela não! Ela está feliz com o sushi e o shashimi. Estamos cá todos para o mesmo! Mas não deixa de ser interessante constatar a forma como hoje se atrai os potenciais clientes ou meros observadores para os produtos e para as marcas.

Em que pensas?

Em que pensas? Vejo no teu olhar pensamentos distantes... Respondo-te pausadamente Que penso no tempo. Com o seu passar Coisas boas e coisas más Sentimentos, pensamentos Situações e confusões Pessoas, sorrisos e conversas Simplesmente se esvanecem. E restam as breves recordações. Súbitas e esporádicas Calmas ou mediáticas. De pessoas, simples animais Que deixaram no nosso pensamento E nos nossos comportamentos Lágrimas e sorrisos Só de apenas os recordar.

A idade como virtude

De facto há alturas da nossa vida em que nos deparamos com a satisfação de podermos ter amigos cheios de algo para nos oferecer. De há um ano e meio para cá, tenho-me tornado cada vez mais amiga do meu mais "velho" amigo. Velho pela idade, cota pela aprendizagem que possui. Tem 81 anos e todas as minhas conversas com ele reflectem-se em qualquer aprendizagem. Falar com ele, partilhar com ele, e muitas vezes, simplesmente ouvi-lo, faz-me bem à alma e ao coração. É como o despertar para uma realidade que eu não conheço. Mostra-me o lado mau e o lado bom das coisas, dos acontecimentos, dos sentimentos. De tudo um pouco. Depois de lhe ter expressado a minha tristeza pelos últimos acontecimentos, dou por mim a ouvir da sua boca, a seguinte sabedoria: " Quanto mais tempo duramos, mais coisas más passamos. Se tivéssemos morrido mais cedo, não passaríamos por elas, de facto. Mas também não passaríamos por todas as coisas boas que passámos durante todos estes anos". De fact...

Num breve suspiro...

Num repentino olhar, na rapidez de um flash, num rápido despertar, na velocidade com que dizemos olá... Com a mesma velocidade ou ausência de oportunidade dizemos adeus e, num suspiro único reconhecemos a falta de controlo, a não possibilidade de podermos controlar o que nos rodeia. Assistimos à maior certeza da vida e apercebemo-nos do valor que ela deve ter. Não só a nossa, não só a dos nossos familiares, mas a de todos! De todos com quem nos cruzamos diariamente. E, por mais incompreensivel e dificil de aceitar, submetemos-nos à nossa própria pequenez, à nossa própria insignificância. Desejando, por fim, que ainda que insignificante, seja reconhecida por nós próprios, e por todos os que nos dão "bom dia" e "boa tarde", por todos por quem passamos e que, num breve olhar, reconhecem a nossa existência. Num breve suspiro, nada como reconhecer a satisfação de poder sentir mais uma vez, de ouvir mais uma vez "Bom dia, Malta!" Zé, obrigada pelo teu sorriso, ...

Novo conceito de vida...Começar na merda e terminar em grande!

Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilá!" - desapareço num orgasmo ... Woody Allen